Três associações ambientalistas chumbam a aprovação do parque eólico de S. Bento. Presidente da Câmara de Porto de Mós rejeita argumentação dos ambientalistas e puxa pelos galões: "Se alguém tem preservado o património daquela zona, tem sido a Câmara". Está lançado o debate em período pré eleitoral.

Claro que este tema não é decisivo para o resultado de uma eleição no nosso concelho pois ainda não somos muito sensíveis às questões ambientais. Preferimos o tijolo, o cimento... e os aerogeradores em força nas nossas serras, a um desenvolvimento sustentável do nosso concelho. Os ambientalistas da Quercus, Oikos e LPN põem o dedo na ferida e não deixa de ser sintomático que estas associações estejam contra a implantação dos 42 aerogeradores de energia limpa naquela zona do Porque Natural.
Para o poder municipal, esta deveria ser uma oportunidade de reflexão séria e serena, livre das atoardas demagógicas do presidente Salgueiro. No fundo, trata-se de saber como conciliar com equilíbrio a qualidade visual e o valor económico das actividades de turismo cultural e de natureza com a produção de energia limpa numa visão estratégica de futuro. Um parque eólico da dimensão do anunciado naquela zona natural contribui para esta visão? Possivelmente não. Por isso é que há estudos de impacto ambiental e a discussão em torno deles. De resto, o impacto visual está cada vez mais na ordem do dia e na Holanda, por exemplo, onde esta indústria está mais desenvolvida, estão já a aparecer as primeiras consequências dele na vida das pessoas, tal a densidade de torres e aerogeradores. E não se diga que a proliferação de parques eólicos no nosso concelho não poderá afectar as actividades de turismo de natureza, ainda em fase de consolidação.
Sintoma de uma atitude imediatista, de dinheiro fácil para a Câmara (e apenas para ela) está o facto da Autarquia já ter aprovado a suspensão do PDM para aquela zona. Os pesos e as medidas do executivo municipal também se vêem reflectidos na falta de apoio aos exploradores da calçada, uma actividade que dá alguma coesão ao tecido socioeconómico local. Tem razão Salgueiro quando diz à agência Lusa que "se alguém tem preservado o património daquela zona, tem sido a Câmara". Que o digam os exploradores da calçada à portuguesa! Porquê então esta facilidade toda na viabilidade deste projecto de energia eólica?
É obrigatório, do meu ponto de vista, ou no mínimo saudável, que os programas eleitorais dos candidatos à presidência da Câmara tenham em conta este tema e a sua visão sobre ele, nos programas eleitorais que irão colocar a sufrágio e que o Ministério Público e a IGAL tenham sobre controlo as actividades dos presidentes das autarquias que negoceiam investimentos desta grandeza para os concelhos que dirigem. Para que não haja sombra de suspeita de favorecimentos ilícitos.


De Anónimo a 16 de Setembro de 2009 às 02:02
Sei que já vou tarde neste comentário, no entanto, não deixa de ser sintomático que pessoas que normalmente comentam aqui não tenham nada a dizer. Este tema é como todos sabemos um tema tabu no Concelho, pelos vistos assim irá continuar. Pelo menos por parte dos partidos politicos que quando etão no poder vêem aqui um euromilhões (foi assim que foi apelidado em plena Assembleia Municipal) aquando do primeiro do Carlos Venda em Serro Ventoso que depois passou a ser do Alqueidão e deu a porcaria que deu. Era tão bom ver uma discussão séria deste tema com, com debates com as populações, apresentando os pró e os contras etc,etc, e vermos aqui uma posição clara do PSD e do PS para assim ficarmos a conhecer as linhas com que nos cozemos. Mas não ninguém arriscou uma opiniãozita por mais pequena que fosse. É pena!
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