Depois de ter “esquecido” as suas raízes deixando constar que era madeirense, Luís Amado, assume o seu berço e candidata-se, nas próximas legislativas, como cabeça de lista do PS no distrito de Leiria. O actual Ministro dos Negócios Estrangeiros parece reconciliado com a sua vila natal, não obstante alguns dos responsáveis pela sua “fuga” magoada de Porto de Mós ocuparem hoje, pela mão do próprio PS, o poder político no município.

Rui Neves, responsável do PS local e portomosense dos lados de Coimbra, apressou-se a aplaudir a escolha. Não duvido que qualquer portomosense de gema fique orgulhoso por ter um conterrâneo com real influência política no actual governo da Nação. Excepção talvez para uns tantos com o perfil de Albino Januário que julgará que quem deveria estar no governo era ele, no papel de ministro das Finanças! Humores à parte, saúdo naturalmente a decisão de Luís Amado, neto da ti Joana de Jesus Amado que era irmã da minha avó, Laura de Jesus Amado, quanto mais não seja pelo facto de o destino nos ter feito nascer primos, segundos primos. Claro que Luis Amado tem bastante família em Porto de Mós e alguns amigos também, mas poderia fazer-se eleger por qualquer circulo eleitoral. Recordo que ele já foi eleito pela Madeira e por Viana do Castelos, mas creio que é o apelo da terra que o faz voltar às origens. Pela porta grande.
Na inauguração da sede da Junta de S. João, em 2006, talvez num dos primeiros actos da aproximação do ministro à sua terra natal, Luis Amado disse que “se não fosse ministro, gostava de ser presidente de Junta”. (Presidente da Junta de S. Pedro, já se vê). Do meu ponto de vista, esta é a expressão do carinho do responsável da diplomacia portuguesa pelo poder local na sua forma mais simples e generosa e também um sinal do respeito que as Câmaras deveriam ter pela autonomia política e administrativa das Juntas de Freguesia.
Mais recentemente, e talvez a preparar o anúncio da sua candidatura como cabeça de Lista do PS pelo circulo eleitoral de Leiria, Luis Amado afirmou que tem “intenção de colaborar com as autoridades e instituições de Porto de Mós." Do meu ponto de vista, isto significa que o seu apoio ao nosso concelho é independente de quem ganhar as próximas eleições autárquicas, o que poderá significar uma certa “descolagem” das escolhas “impostas” por Salgueiro ao PS local.
E Luis Amado é também um exemplo. O exemplo de quem abandona a sua terra desiludido com a política paroquial, mesquinha e sectária e, com inteligência e competência, constrói uma carreira política fulgurante, para depois se colocar, sem paternalismos ou vaidades, à disposição das autoridades e instituições da terra que o tratou tão mal.
Este anúncio de Luís Amado constitui o regresso do filho pródigo bem sucedido que decidiu voltar, quando não precisava de o fazer.


De M a 16 de Agosto de 2009 às 15:23
Eu nem sabia.
Aplaudo a decisão de Luís Amado e conidero-a uma atitude nobre uma vez que a faz desprovido de interesse financeiro e será pelo interesse que tem pela terra natal.
Abraçom J.
«Depois de ter “esquecido” as suas raízes deixando constar que era madeirense,»
Não perdes uma, ó Joga, :-)
De início ainda pensei que ias descascar, afinal não.
Fica o comment para te deixar um abraço e lembrar-te do mail para me indicares a referencia, e algum link se possível daquele material Sachtler...
Abraço.
PC
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