O anúncio da Fundação da Batalha de Aljubarrota que iria colocar um ecrã gigante junto à capela, parecia ser um convite aos habitantes de S. Jorge e de Porto de Mós para assistirem ali às cerimónias de canonização do Santo Condestável, "o santo do povo", como sublinhou, em Roma, o nosso conterrâneo Luis Amado, Ministro dos Negócios Estrangeiros. Mas o poder de mobilização popular, esse, foi quase nulo.
O vento norte que vinha do lado das instalações do centro de interpretação era um vento frio e pouco convidativo à presença da população naquela celebração. Seis turistas ribatejanos faziam tempo espreitando descontraídos para as televisões LCD. Iam acompanhando as cerimónias enquanto perguntavam a que horas abriam o centro de interpretação. Amantes de História, haviam escolhido por acaso aquele dia para a visita ao campo militar de S. Jorge.
Dentro da capela sempre se está um pouco mais abrigado, mas nem por isso o ambiente deixa de ser frio, quase desolador. Sentadas nos bancos corridos, catorze idosas e três jovens raparigas assistem às cerimónias com devoção, através de mais uma televisão colocada à frente. Cerimoniosamente, duas senhoras colocam no altar uma tela com a imagem daquele que acabara de ser proclamado Santo pela Igreja e, por isso, acabara de ganhar o direito a um lugar de destaque nos altares.
Um grupo de crianças, que entretanto trouxeram um pouco mais de calor àquele ambiente, chegaram atrasadas às cerimónias mas também não ficaram por ali muito tempo, uma vez que estava na hora de acabar a lição de catequese na qual aquela fugaz visita à capela estava integrada.
Trazido pela mão do pai que me diz ser dali da região, Artur, 10 anos, sabe que Nuno Alvares Pereira foi "rei, ganhou a batalha de Aljubarrota e é considerado Santo".
Cá fora, no campo da peleja e numa imitação de pedra tumular é recordado Pedro Alvares Pereira, irmão de D. Nuno, para muitos considerado um vilão.
Aljubarrota foi, contudo, muito mais do que uma luta entre os irmãos Pereira. Hoje, entre santos e vilões, todos têm lugar no campo militar de S. Jorge. Não deixa por isso de ser estranho que a população local e a própria Câmara Municipal de Porto de Mós não tenham acompanhado in loco, de forma mais calorosa, a canonização de um Santo do qual se deveriam orgulhar, quanto mais não fosse por uma questão de proximidade. Este "Santo da casa" bem podia ter feito o milagre da cooperação entre a população de S. Jorge e a Fundação Batalha de Aljubarrota.
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