Depois da “aventura” por terras de Angola onde fui fundar o grupo de repórteres de imagem da TV Zimbo, volto a ouvir, com prazer, o sino da torre de uma das muitas igrejas do nosso querido concelho. Mas não deixa de incomodar o meu ouvido, o persistente badalar de algumas notas soltas e desafinadas.
O
Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota, em S. Jorge, é um equipamento cultural de nível internacional que poderá, a prazo, fazer muito pelo turismo no nosso concelho e pela freguesia da Calvaria. Mas o cheiro a pocilga que encontrei à entrada do Campo Militar e esta placa de boas vindas da Câmara Municipal teimam em puxar o visitante para a realidade mais retrograda da nossa terra. Os suínos poderão não ter outro sítio para onde ir, mas a placa ficaria bem melhor à entrada de um estaleiro de obras ou de uma qualquer pedreira, tamanho é o alto nível de improviso e de mau gosto que ela revela.
O blogue dos "Pequenos Jornalistas" do Jardim de Infância da Tremoceira encerrou a actividade, como sabemos. Agora, surge a notícia que aquela ideia está a fazer o seu caminho e os Jardins de Infância do Agrupamento de Escolas de Porto de Mós acabam de criar um blogue conjunto chamado
“estórias com história”. Rui Neves, o Vereador da Educação da Câmara Municipal de Porto de Mós, não se livra, ainda assim, de ter uma apreciação negativa do Jornal “Região de Leiria”:
“Independentemente de outras razões que possam estar na origem da falta de apoio, não faz sentido deixar cair projectos de cooperação num jardim de infância só porque não existe acesso à internet através de banda larga. Algo que hoje em dia nem é complicado nem oneroso.”
Ana Paula Noivo, a autarca socialista de Mira de Aire terá desabafado na última Assembleia Municipal que anda cansada de esperar pois há 20 anos que está a ser prometida a Casa da Cultura aos mirenses e felicita o executivo municipal por (mesmo em tempo de crise generalizada e de carências básicas noutras freguesias do concelho), se dar ao “luxo” de avançar definitivamente com esta despesa completamente improdutiva de 6,2 milhões de euros.
Curiosamente, 6,2 milhões de euros será aproximadamente a verba que renderá o Parque Eólico do Alqueidão da Serra nos 20 anos de contrato de exploração, mas, ao contrário da feliz autarca mirense, a população do Alqueidão poderá ficar sem o seu justo e prometido rendimento e esperar eternamente pela satisfação de algumas das suas necessidades básicas. Para cumprir esta promessa, Salgueiro nem necessitaria de recorrer a empréstimos bancários.
Diz O Portomosense que o proto-candidato socialista à nossa Câmara Municipal está em desacordo com a Federação Distrital do PS quanto a duas directivas programáticas para as próximas eleições autárquicas (baixa do IRS e diminuição do prazo de licenciamento das obras particulares). A argumentação que Salgueiro sustenta é fraquinha, fraquinha, mas um homem com poder tem sempre razão. E o poder é o que pretende de novo o proto-candidato do PS, embora seja cada vez mais avesso a celebrar compromissos… até com os próprios correlegionários. Salgueiro acolhe, contudo, com simpatia, a ideia de atribuir um cheque de 2.500 euros aos pais de cada recém-nascido porque considera que o apoio à natalidade é uma medida
"sensata e razoável", para combater o envelhecimento da população do concelho. Ora aqui está uma justificação básica mas enganadora. Para combater o envelhecimento da população não basta que nasçam crianças, é fundamental fixar as pessoas com outro tipo de medidas tais como a revisão do PDM, (não é, senhor presidente?...) a diminuição dos impostos, a eficiência da máquina administrativa municipal ao serviço dos cidadãos, discriminação positiva das famílias numerosas... Não é pelo facto das crianças nascerem numa maternidades que passam a viver lá até à velhice. Mas a ideia é gira, fantástica até, sobretudo porque o cheque de apoio à natalidade tem de ser gasto no comércio local! Valha-me Deus.
São estas as notas, negativamente desafinadas, dos tontos desígnios e cega visão dos nossos dirigentes autárquicos... Não há dúvida, regressei a casa.