Quarta-feira, 28 de Outubro de 2009

Inauguração

A primeira quinzena deste mês foi pródiga em inaugurações no nosso concelho. “Campanha eleitoral com dinheiros do município”, disseram uns, “prestação de contas ao eleitorado”, retorquiram outros. Estes são, afinal, os dois argumentos que confirmam a dificuldade da alternância política. Para alegria do povo, “pão e circo” estarão de volta daqui a quatro anos.

 
          Na sobriedade de quatro paredes, os eleitos locais tomaram posse esta semana. Assisti a esse acto, solene pela expressão da vontade popular que representa, na nova sede da Junta de Freguesia do Alqueidão da Serra. Esta foi a verdadeira inauguração da casa de todos os alqueidanenses. Sem pompa, sem circunstância, mas com a dignidade que todos os eleitos colocaram na tomada de posse.
          A casa é espaçosa, está bem equipada, confere um bom espaço de trabalho aos gestores da Freguesia e revela-se acolhedora para os cidadãos. Mas, mais importante do que isso, foram as intenções, os votos e os desejos expressos na sessão de tomada de posse dos órgãos autárquicos. Todos têm, apesar da escassez de recursos, o desenvolvimento do Alqueidão e a qualidade de vida dos seus habitantes como centro das preocupações políticas. Com diferentes visões, mas unidos no amor àquela terra.
          Trinta e cinco anos depois do 25 de Abril, o Alqueidão inaugura, também, um novo ciclo nos direitos cívicos ao ter, pela primeira vez na sua história de quase 400 anos, uma senhora na Junta de Freguesia, como Secretária.
          Pela sua importância e significado, a única inauguração da sede da Junta que ficará para a história desta Freguesia será, pois, aquela que se realizou na passada segunda feira, pelas 21h30.
          Votos de felicidades a todos os eleitos. 

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Quinta-feira, 22 de Outubro de 2009

Argumentário

"Agradeço a todos os que acreditaram e votaram. Espero não defraudar nos próximos quatro anos."

       JOÃO SALGUEIRO, Candidato PS a presidente de Câmara, in O Portomosense.


PensarAnimado

 

     "Acreditamos que as nossas propostas no futuro poderão vir a ter acolhimento."

        JÚLIO VIEIRA, Candidato PSD a presidente de Câmara, in O Portomosense.


       "Ao contrário do PSD, o PS decidiu apostar na minha candidatura e fico feliz por ter mais um mandato de 4 anos pela frente."

        JOÃO COELHO, presidente da Junta do Juncal pelo PSD e reeleito agora pelo PS, in O Portomosense.


       "A única coisa que me surpreendeu foi o facto dos eleitores votarem cada vez mais nas pessoas e não nos partidos."

       ANTÓNIO FERRARIA, Candidato CDU à Assembleia Municipal, na qual volta a ter assento, dez anos depois, in O Portomosense.


 

       "Não esperava uma divisão tão acentuada entre PS e PSD."

      CARLOS SILVA, Candidato CDS/PP a presidente de Câmara, cujo partido não obteve qualquer mandato, in Jornal de Leiria. 


       "Porcos no espeto... foi mato... Será que todos passaram pelo controlo sanitário?"

      CRÓNICA "Histórias de minha burra", num comentário à forma como se fez campanha eleitoral no concelho, in O Portomosense.


 

     

 

 

© Statler & Waldorf são dois personagens da série "The Muppet Show", uma criação de Jim Henson.  Segue João Gabriel no TwitterVeja o meu Facebook

 

 

  

 

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Quinta-feira, 15 de Outubro de 2009

Rescaldo eleitoral

"Fomos (mal)educados a pensar que a manifestação clara da nossa vontade era uma forma de nos impormos, mas na realidade não é nada disso: ao tomarmos uma posição clara, deixamos muito mais espaço aos outros para que, também eles, possam tomar a sua. E cansa muito menos do que viver sempre à procura de saídas de emergência."

Isabel Stilwell
 
          O povo de Porto de Mós votou e escolheu. Salgueiro pediu o voto dos portomosenses para continuar como presidente da Câmara e o povo respondeu com generosidade, reforçando até a votação neste candidato.
          Salgueiro deve, portanto, cumprir o mandato que o povo lhe confiou e executar o programa que submeteu a sufrágio. Não deve rasgar, sob qualquer pretexto, o contrato que fez com os seus conterrâneos.
          Mas ao longo destes últimos quatro anos, tive a oportunidade de conferir o carácter político do presidente Salgueiro... Como dizia Eduardo Sá há dias, na Antena 1, muitos de nós, e os políticos são os piores de todos, não resistem a conjugar os verbos no condicional. Acham que assim ganham maior margem de manobra que lhes permita vir a renegar o que disseram, ou agir em contradição. Desde que arranjem umas “saídas de emergência”, mesmo que improvisadas, o povo não liga a isso. Percebe-se bem que valores guiam os nossos políticos da actualidade. Qualquer cidadão esclarecido não deve, não pode, ficar conformado com esta peste de falta de carácter que invade a conduta de quem nos governa. Cem anos depois, parece-me que a República deveria regressar um pouco às suas origens devolvento à Política os valores republicanos.
          Certo é que a expressão clara das minhas ideias e opiniões neste blogue, não constitui, como diz Isabel Stilwell, nenhuma forma de me impor mas é apenas uma maneira de dar mais espaço aos outros para que também tomem as suas posições. Depois destas eleições autárquicas, certo é, também, que não me podem mais apontar como um dos responsáveis da vitória de Salgueiro. Dessa responsabilidade moral já cumpri a minha penitência. Para o bem e para o mal.
 

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Quinta-feira, 8 de Outubro de 2009

Voto com sentido

Votar é um acto íntimo de cidadania. Na privacidade da cabina de voto, cada um de nós faz o seu juízo acerca das propostas e dos candidatos que se apresentam a sufrágio e vota em consciência, e vota em liberdade, sabendo que o seu voto conta - esta é a essência da democracia.

 
Eu Voto          O voto é secreto, mas ninguém vota secretamente. O meu voto, no próximo domingo, não é, por isso, tabú. Da avaliação que faço da nossa política local, depois de assistir aos debates radiofónicos (faço jus ao belo serviço público que os meios de comunicação social locais prestaram!) procurarei votar com sentido.
          Para a Câmara Municipal apresentam-se basicamente dois candidatos: Salgueiro e Júlio Vieira. Representam, a desilusão e a esperança, a charlatanice e a seriedade, o calculismo e o voluntarismo, o conformismo e a capacidade de sonhar. Na acção política, Salgueiro tem muito de cigarra e Júlio apresenta bastantes traços de formiga. Salgueiro quer apenas votos para alimentar o seu ego e a sua estratégia de poder, Júlio precisa de votos de confiança para implementar o plano que desenhou para desenvolver o nosso Concelho. Um não vê mais além que o limite da sua própria sombra, outro vislumbra um horizonte que se confunde com o céu. O sentido do meu voto vai, assim, para Júlio Vieira. Dar-lhe-ei um voto de confiança.
          Para a minha Junta de Freguesia, os protagonistas são outros e o sentido do meu voto também. Estimo pessoalmente Rui Marto e José Cordeiro e felicito os dois por se disponibilizarem para servir a população da minha freguesia. Mas não tenho dúvidas quanto à capacidade de cada um para desempenhar a função a que se candidatam. José Cordeiro é um homem bom, de uma geração que lutou pelo desenvolvimento da freguesia mas cuja formação pessoal e profissional não se enquadra, do meu ponto de vista, nas competências exigidas a um presidente de Junta de uma Freguesia moderna como a de Alqueidão da Serra. Rui Marto, sendo mais novo e, por isso, pessoalmente menos maduro, desenvolveu competências profissionais que têm demonstrado ser de grande utilidade para o desenvolvimento da freguesia. Sem desmerecimento para com o Ti Zé Farinhas, darei o meu voto de confiança ao Rui Marto, porém, com um pequeno receio - que, confrontado com a necessidade de defender os interesses da Freguesia, ceda à chantagem que os seus correligionários lhe farão, necessariamente, em relação aos seus próprios interesses pessoais e legítimos. Por outras palavras, Rui Marto pode ficar com "o rabo preso". Dou-lhe, por isso, um conselho, se me é permitido: denuncie a chantagem, se existir e quando existir, e fale sempre verdade à população do Alqueidão. Rui Marto terá uma missão fundamental, do meu ponto de vista, que é resolver definitivamente o diferendo do Parque Eólico. Ironicamente, o problema surgiu com ele na Junta. Depois houve um equívoco de quatro anos chamado Salgueiro, Rui Marto continuou na Junta. Creio que está na hora dos legítimos herdeiros do problema, (Junta PS do Alqueidão e Câmara PSD) se sentarem à mesa, nos dias a seguir à eleição e fazerem um acordo extrajudicial, corrigindo assim um erro que ficará na história da Freguesia e do Município.
          Feliz, votarei, domingo, com sentido. Vote também.
 

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Quarta-feira, 23 de Setembro de 2009

Pré-campanha quente

A pré-campanha autárquica, em Porto de Mós como, de resto, em todos os municípios deste país, está a aquecer os ânimos e a extremar posições à medida que o derradeiro dia da votação se aproxima. Cada um usa os expedientes que tem à mão para fazer valer os seus pontos de vista e cativar ou mesmo comprar o voto dos eleitores.

 
          Recebi do PSD de Porto de Mós dois comunicados que indiciam comportamentos socialmente censuráveis e democraticamente pouco saudáveis por parte do actual presidente de Câmara (ver comuniado) e de seus filhos (ver denúncia). A forma de actuar do presidente de Câmara em fim de mandato é já um clássico do político local: abre o cordão à bolsa do município para “comprar” alguns votos considerados estratégicos e procura atirar poeira para os olhos da generalidade dos munícipes, sem olhar a custos financeiros, com pequenas benfeitorias de última hora. De uma maneira geral, usa a máquina municipal em proveito próprio. Faz bem a oposição em denunciar estes casos. Contudo, pedir aos munícipes um voto de castigo por tal comportamento é incitar a um certo sentimento de vingança, igualmente censurável, do meu ponto de vista.
          Quem pode levar a mal que o Joaquim aparentemente se “venda” por um bónus na ligação da água; que o Manuel vá trabalhar, ainda que temporariamente para a Câmara, como geógrafo com tanto desemprego por aí; que as mães da Calvaria (creio que foi na Calvaria que o episódio ocorreu) paguem as refeições das crianças a metade do preço?
          Todos temos o dever de cuidar da nossa família e aproveitar as oportunidades que surjam para manter o seu sustento. Mas a generalidade dos portomosenses são pessoas honradas, com princípios, que não vendem as suas convicções mais profundas por dez reis de mel coado. Tenho, por isso, a certeza que o Joaquim, o Manuel, ou as mães da Calvaria serão verdadeiramente livres quando estiverem sozinhos na cabine de voto e votarão de acordo com os seus princípios e convicções. Salgueiro não estará ali nem para coagir, nem para cobrar o pretenso favor. A consciência cívica dos portomosenses, na sua generalidade, não se compra com favores de um qualquer presidente de Câmara.
          Quanto ao comportamento dos filhos de Salgueiro, ele não faz parte da cultura democrática do partido Socialista, pelo que seria de esperar uma nota de repúdio da concelhia do PS por tal atitude. Não se pode confundir a defesa do interesse geral e a cultura democrática do PS com atitudes provocatórias de um clã familiar que pode estar a usar o partido em proveito próprio.
          NOTA: Tratarei com igual honestidade intelectual qualquer comunicado de Salgueiro ou do PS de Porto de Mós que chegue ao meu conhecimento. Fico na expectativa de saber se Salgueiro e o PS local já lêem blogues...
 

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