Na conferência Região de Leiria, “O papel das autarquias na gestão da crise”, Eduardo Cabrita, Secretário de Estado Adjunto e da Administração Local diz que o Governo está a fazer a “parte que lhe cabe”, mas os municípios têm também um “papel decisivo na criação de relações de confiança com os agentes locais e na promoção do investimento e de políticas sociais de proximidade”. Parece que Salgueiro esteve ausente desta conferência.
SALGUEIRO ANUNCIA MEDIDAS PARA ENFRENTAR A CRISE Região de Leiria, 16-Jan-09 “Reforço da atenção à área social, com a concretização de algumas medidas pontuais e o apoio ao tecido empresarial susceptível de enfrentar maiores dificuldades num cenário, agora já bem real, de crise, são as grandes prioridades de João Salgueiro, presidente da Câmara de Porto de Mós, para amortecer o impacto da conjuntura desfavorável no concelho. O que está na imediata alçada da autarquia, Salgueiro elenca a acção de apoio às famílias carenciadas. “Actualmente estamos a apoiar a reconstrução de quatro casas (1)degradadas de pessoas que vivem em condições que consideramos não serem dignas”, ilustra a título de exemplo. A franja mais desfavorecida da população está no centro das atenções, com o município a servir já cerca de 250 refeições (2) diárias gratuitas nas escolas do concelho. Um esforço que é para continuar. Em breve, o executivo vai igualmente discutir formas de reforço do apoio prestado às famílias carenciadas ou em risco de exclusão, de que é exemplo a aplicação de tarifas de água mais “generosas”. Medida que deverá abranger igualmente as famílias numerosas (3). Outra prioridade centra-se em procurar minimizar o impacto de um eventual crescimento do desemprego, resultado da erosão da crise no sector empresarial, em especial o da cerâmica decorativa.” | SALGUEIRO CRITICA “MEDIDAS ANTICRISE PORQUE TÊM FUNÇÃO ELEITORALISTA" O Portomosense, 5-Mar-09 “Para Salgueiro algumas das medidas anunciadas por outros municípios, têm uma função eleitoralista, já que, em termos práticos, os seus efeitos são quase nulos. “O pagar ou não a água é mais uma questão de charme político que outra coisa (3). Não é um problema social do concelho nem da generalidade dos outros” frisou, acrescentando que “o valor do primeiro escalão da água equivale, apenas, a cerca de um por cento das despesas do agregado familiar” (3). Mas, de modo a afastar quaisquer dúvidas sobre as preocupações da Câmara nesta área enumerou alguns exemplos: “estamos a dar cerca de 500 refeições (2) por dia a crianças que se calhar têm ali a sua única refeição do dia; suportamos parcialmente o custo de muitas outras refeições (2) bem como passes e material escolar; estamos a apoiar obras em meia dúzia de casas (1) de pessoas carenciadas; somos das câmaras que têm o IMI mais baixo, e fui eu o primeiro autarca (4) a reunir com o Governo e outras entidades para alertar e encontrar soluções para grave situação do sector da cerâmica”. |
De resto, todas as medidas desconexamente enfatizadas por Salgueiro fazem parte do programa normal de Acção Social de qualquer Câmara deste país e, apesar do primeiro-ministro ter assumido no inicio do ano que “estamos numa crise que só se vive uma vez na vida”, o nosso executivo municipal (que diz que o cenário da crise parece, realmente, é, talvez, já bem real...) é o único da região que acha não ser necessária nenhuma medida especial ou de excepção para proteger as famílias mais vulneráveis, fazendo uso do novo argumento de ocasião: essas medidas são eleitoralistas. Mas isto é agora. Amanhã pode ser tudo ao contrário, dependerá da meteorologia nos Paços do Concelho. A crise, essa, já chegou e, independentemente da irresponsabilidade ou incompetência do executivo municipa, está a minar o tecido social do nosso concelho. Ó valha-nos Deus!...
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