Quinta-feira, 30 de Julho de 2009

O filho pródigo

Depois de ter “esquecido” as suas raízes deixando constar que era madeirense, Luís Amado, assume o seu berço e candidata-se, nas próximas legislativas, como cabeça de lista do PS no distrito de Leiria. O actual Ministro dos Negócios Estrangeiros parece reconciliado com a sua vila natal, não obstante alguns dos responsáveis pela sua “fuga” magoada de Porto de Mós ocuparem hoje, pela mão do próprio PS, o poder político no município.

 
Luis Amado          Rui Neves, responsável do PS local e portomosense dos lados de Coimbra, apressou-se a aplaudir a escolha. Não duvido que qualquer portomosense de gema fique orgulhoso por ter um conterrâneo com real influência política no actual governo da Nação. Excepção talvez para uns tantos com o perfil de Albino Januário que julgará que quem deveria estar no governo era ele, no papel de ministro das Finanças! Humores à parte, saúdo naturalmente a decisão de Luís Amado, neto da ti Joana de Jesus Amado que era irmã da minha avó, Laura de Jesus Amado, quanto mais não seja pelo facto de o destino nos ter feito nascer primos, segundos primos. Claro que Luis Amado tem bastante família em Porto de Mós e alguns amigos também, mas poderia fazer-se eleger por qualquer circulo eleitoral. Recordo que ele já foi eleito pela Madeira e por Viana do Castelos, mas creio que é o apelo da terra que o faz voltar às origens. Pela porta grande.
          Na inauguração da sede da Junta de S. João, em 2006, talvez num dos primeiros actos da aproximação do ministro à sua terra natal, Luis Amado disse que “se não fosse ministro, gostava de ser presidente de Junta”. (Presidente da Junta de S. Pedro, já se vê). Do meu ponto de vista, esta é a expressão do carinho do responsável da diplomacia portuguesa pelo poder local na sua forma mais simples e generosa e também um sinal do respeito que as Câmaras deveriam ter pela autonomia política e administrativa das Juntas de Freguesia.
          Mais recentemente, e talvez a preparar o anúncio da sua candidatura como cabeça de Lista do PS pelo circulo eleitoral de Leiria, Luis Amado afirmou que tem “intenção de colaborar com as autoridades e instituições de Porto de Mós." Do meu ponto de vista, isto significa que o seu apoio ao nosso concelho é independente de quem ganhar as próximas eleições autárquicas, o que poderá significar uma certa “descolagem” das escolhas “impostas” por Salgueiro ao PS local.
          E Luis Amado é também um exemplo. O exemplo de quem abandona a sua terra desiludido com a política paroquial, mesquinha e sectária e, com inteligência e competência, constrói uma carreira política fulgurante, para depois se colocar, sem paternalismos ou vaidades, à disposição das autoridades e instituições da terra que o tratou tão mal.

          Este anúncio de Luís Amado constitui o regresso do filho pródigo bem sucedido que decidiu voltar, quando não precisava de o fazer. 

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Quinta-feira, 23 de Julho de 2009

Felicidades, Júlio Vieira

A candidatura de Júlio Vieira à presidência da Câmara de Porto de Mós está a mobilizar o PSD mais profundo do nosso concelho. O jantar de apresentação dos candidatos a presidentes de Junta, que reuniu 600 pessoas, é disso um bom sinal.

 Jantar PSD apresentação candidatos
          De Salgueiro e do seu padrasto PS não se viu ainda qualquer acto de mobilização. Como é costume, quem está no poder usa sempre a máquina administrativa em proveito próprio em matéria eleitoral, mas, com ou sem mobilização, a constituição das listas autárquicas tem de estar concluída até ao próximo dia 17 de Agosto. Na constituição destas equipas, creio que a dificuldade tem sido geral e os motivos são conhecidos: falta de uma cultura de cidadania virada para o serviço da causa pública e, por outro lado, a escolha preferencial de soluções partidárias internas.
          A disponibilidade que publicamente demonstrei para servir a minha terra e os meus conterrâneos, honrando os nossos antepassados e as suas lutas pelo interesse colectivo levou-me a ponderar a constituição de uma lista de cidadãos eleitores para concorrer à Junta de Freguesia do Alqueidão. Contudo, a falta do apoio político do actua presidente da Junta e meu amigo, Fernando Sarmento, apoio que para mim seria fundamental, não se verificou. Sei que há outras formas de ser útil à minha terra e serão esses os caminhos que percorrerei.
          Criou algum espanto e até uma certa crispação o anúncio de que estaria em negociações com o candidato do PSD. Ora, a bem da transparência na política, não sei por que deveriam ser secretos os nossos encontros e as nossas conversas. Por outro lado, creio, tal anúncio em nada diminuía o candidato. Aliás, acordos verbais ou escritos são uma prática comum em política. Só em Porto de Mós, pelos vistos, é que tal facto provoca surpresa... Abstendo-me de quaisquer outras considerações, apenas acrescento que não houve acordo nos termos da colaboração que me era pedida, pelo que não acompanharei de perto a campanha de Júlio Vieira. Aliás, as tarefas profissionais que se avizinham (cobertura de duas campanhas eleitorais) iriam exigir de mim um esforço que, nos termos propostos, não estava em condições de fazer.
          Em todo o caso, a candidatura de Júlio Vieira está lançada e com boa mobilização. Numa terra sociologicamente social democrata, a família PSD está unida, mas isso pode não chegar para ganhar o concelho.
          Em relação à minha freguesia, espero que o candidato do PSD à Câmara Municipal cumpra o que disse no fórum realizado no Alqueidão.
          Felicidades, Júlio Vieira.

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Quinta-feira, 16 de Julho de 2009

Argumentário de Junho

       “Temos uma história comum para contar e outra para escrever.”

         JÚLIO VIEIRA, candidato PSD à Câmara Municipal in O Portomosense


PensarAnimado

      

      "Vende-se terreno com vista para o IC9.”

          ►MIGUEL CARRENO, afirmando que este anúncio não é uma forma de protesto mas apenas uma forma de tentar vender a sua habitação sem querer enganar ninguém, in O Portomosense


 

       “Professores esperam salários de Março.”

          ►TITULO de O Portomosense, acrescentando que a Câmara não assume culpas no caso das actividades de enriquecimento curricular.


       ”Tenho intenção de colaborar com as autoridades e instituições de Porto de Mós."

      ►LUÍS AMADO, Ministro Neg. Estrangeiros, in O Portomosense


 

     “Câmara quer bombeiros mergulhadores.”

      ► TÍTULO Região de Leiria


     

 

© Statler & Waldorf são dois personagens da série "The Muppet Show", uma criação de Jim Henson. 

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Quinta-feira, 9 de Julho de 2009

Uma questão pessoal

Eu, João, filho da Lhuca e do Almanaque, neto da ti Laura Serrana e Manel Galo, da Ti Guilhermina e  Francisco Gabriel, sobrinho-bisneto do jornalista de ideias e impulsionador da restauração da diocese de Leiria, P.e Júlio Pereira Roque, engenheiro electrotécnico, coordenador dos repórteres de imagem da TVI e filhote legítimo da freguesia de Alqueidão da Serra, minha aldeia natal, sinto um desafio interior, um impulso, que me move e perturba ao mesmo tempo.

 
          O que poderei fazer para devolver a justiça à minha terra, honrando os meus antepassados e as lutas que tiveram pelo desenvolvimento local, como, por exemplo, a batalha pela alfabetização da laboriosa e proletária população da freguesia, a luta pela construção de vias de comunicação que tirassem do isolamento toda esta população serrana, os duelos com a camionagem Roque & Alcobia (mais tarde chamada Ribatejana) e com o município (que agiam em conluio) para que passasse pela freguesia uma carreira de transportes colectivos que levasse pessoas e mercadorias para Leiria ou Lisboa, a secular e crónica falta de abastecimento domiciliar de água e, actualmente, a escandalosa usurpação, pela Câmara Municipal, do justo rendimento proveniente da renda do parque eólico instalado nos terrenos baldios da Freguesia?
          Nos quase 400 anos que a minha aldeia leva como Freguesia, a história regista apenas um presidente de Câmara que olhou para esta população com o sentido do dever e justiça que o cargo de presidente do município o obrigava. Seu nome, José Candeias Duarte – professor primário, inspector primário da República, presidente da Câmara e Administrador do Concelho. Foi isto no inicio do século XX, há cerca de cem anos, portanto.
          Nas próximas eleições autárquicas, para a cadeira de presidente da edilidade, concorrem duas personalidades, que, não sei até que ponto, não serão “almas gémeos” na má tradição municipal de ostracizar a população da freguesia de Alqueidão da Serra e, mais do que isso, actualmente lhe usurpa os recursos financeiros que, pela lei natural, legitimamente lhe pertencem.
         Será que a partidocracia da sede do concelho, movida apenas por pura e mesquinha inveja, vai vingar no isolamento político da minha freguesia com o único intuito de a espoliar dos rendimentos que os seus terrenos geram?
         Os alqueidanenses livres e responsáveis, mas apaixonados pela sua terra, terão que ter uma resposta política para esta conjuntura e o próximo acto eleitoral autárquico é o momento. Por mim, estou disponível para servir a minha terra e os meus conterrâneos, honrando os nossos antepassados e as suas lutas pelo interesse colectivo. As negociações que contemplam o meu apoio pessoal ao candidato Júlio Vieira estão a chegar a um ponto crucial.

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Quinta-feira, 2 de Julho de 2009

Um Concelho de Freguesias

“Gosto muito da minha terra, amo o chão que piso, a terra que me viu nascer.” Subscrevo com todas as letras esta expressão de amor pela minha terra. Ela, contudo, não é a "minha terra", mas a do candidato Júlio Vieira e encerra em si um equívoco que, desde já, convém clarificar.

 
Júlio Vieira na apresentação da sua candidatura         Trata-se do sentimento de posse pela “terra que me viu nascer”. No nosso micro cosmos, a terra que viu nascer Júlio Vieira não é a mesma que me viu nascer a mim e, se a expressão do sentimento é comum, o objecto do nosso amor é bem diverso: Júlio Vieira ama S. João, a freguesia que o viu nascer, enquanto eu sofro pelo Alqueidão da Serra, o meu primeiro berço. Não é, contudo, por isso, que não deixamos de estar, eventualmente, em sintonia porque, creio, o amor pelas nossas terras é genuíno. Este mesmo sentimento se poderá aplicar, com propriedade, a todos os homens bons das restantes onze freguesias do nosso concelho. É o salutar bairrismo que faz as terras evoluírem e crescerem de acordo com o querer, o amor e a vontade dos seus habitantes.
          Mas existe um sentimento secular nas elites políticas da Vila e uma marca genética na administração municipal, que subestima as particularidades naturais de cada freguesia e nelas coloca um freio opressor em nome de uma imaginário “bem comum” meramente conjuntural ditado, muitas vezes, pelo egoísmo e prepotência dos detentores ocasionais do poder municipal. Supervalorizam a cabeça do concelho e alimentam o monstro administrativo, muitas vezes, quem sabe, em eventual benefício próprio. A macrocefalia que, com frequência, é criticada pelos municípios em relação ao poder central é, aqui, elevada à sua quinta essência nas relações da Câmara com as Freguesias do concelho.
 
          Para Júlio Vieira ser uma “nova esperança em Porto de Mós”, como disse no acto de apresentação da sua candidatura o Presidente da Distrital de Leiria do PSD, Fernando Marques, não lhe basta ser de uma nova geração de políticos mas terá o desafio de corporizar o “homem novo” da política local na relação institucional com as freguesias do concelho.
          Estaremos atentos a este detalhe nos seus compromissos eleitorais. Cada portomosense, do Arrimal à Calvaria, de Mira de Aire às Pedreiras deve sentir orgulho da sua terra, lutar pelo desenvolvimento do pequeno lugar, ou da grande freguesia, que o viu nascer e dizer bem alto que adora o seu concelho, sem sentimentos de fatídica submissão ao poder municipal. Pôr em causa o lobbie conservador e serôdio que tem gerido os nossos destinos comuns a partir dos Paços do Município é, no meu ponto de vista, um dos maiores desafios de Júlio Vieira. Será ele um reformista ou um conformista?
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