Quinta-feira, 27 de Março de 2008

USF zero

           Porto de Mós não tem qualquer candidatura a Unidade de Saúde Famíliar (USF). A criação destas Unidades está dependente da iniciativa dos médicos ou de outros profissionais que devem constituir uma equipa multidisciplinar para se candidatarem. Mas não há registo de nenhuma candidatura nem intenção para tal.

USF duas ou três?

          De acordo com a população residente, o nosso concelho comporta até quatro Unidades de Saúde Familiar, mas o mais provável é a criação de duas ou três USF. Para que tal aconteça, será sempre necessário que algum profissional do Centro de Saúde de Porto de Mós tome a iniciativa de criar uma equipa multidisciplinar candidata à USF.

 

2 Unidades Saúde Familiar

          DUAS. Nesta hipótese há várias  localizações possíveis para as  USF. Numa perspectiva centralizadora, ambas seriam instaladas na sede do concelho onde já está o Centro de Saúde. Numa perspectiva de complementaridade, as USF seriam instaladas nas outras duas vilas do concelho (Mira de Aire e Juncal). Uma solução intermédia, seria a instalação de uma USF em Porto de Mós e a outra no Juncal ou Mira de Aire. Em todo o caso, o número de utentes de cada USF fica em sintonia com a média nacional. Cada USF seria constituída por 7 médicos, 7 enfermeiros e 6 administrativos.

 

3 Unidades Saúde Familiar 

          TRÊS. Localizadas uma no Juncal, outra em  Porto de Mós e outra em Mira de Aire. O número de utentes de cada USF fica abaixo da média nacional. De acordo com o número de utentes, as equipas ficariam assim constituídas:
          USF_1 (Juncal): 5 médicos, 5 enfermeiros e 4 administrativos.
          USF_2 (Porto de Mós): 5 médicos, 5 enfermeiros e 5 administrativos.
          USF_3 (Mira de Aire): 4 médicos, 4 enfermeiros e 4 administrativos.
 

 

          Também na área da Saúde, o nosso concelho se revela uma terra conservadora. À falta de médicos, enfermeiros ou administrativos empreendedores e com espírito pioneiro, resta-nos a nós utentes, assistir à degradação da prestação dos cuidados de saúde e esperar.
          E no entanto, a criação das USF está a alterar para melhor o modelo de organização dos Centros de Saúde e a relação dos utentes com o sistema de saúde. A satisfação dos utentes é, de resto, um dos sucessos das USF da zona Centro, segundo verificação dos profissionais que responderam ao inquérito elaborado pela equipa da Missão para os Cuidados de Saúde Primários. Neste estudo, os profissionais que já trabalham em Unidades de Saúde Familiar apontam ainda como virtudes do modelo, a melhor acessibilidade dos doentes aos cuidados de saúde, a autonomia funcional dos profissionais assim como a satisfação profissional e o trabalho em equipa. Os principais problemas apontados são a instabilidade profissional, a falta de um fundo de maneio e de instalações adequadas, problemas informáticos e a articulação destas equipas com os Centros de Saúde.
          No distrito de Leiria já estão em funcionamento quatro Unidades de Saúde Familiar: USF Santiago de Leiria que pertence ao Centro de Saúde Arnaldo Sapinho, em Leiria; a USF D. Dinis, do Centro de Saúde Gorjões Henriques, em Leiria; USF Tornada, do Centro de Saúde das Caldas da Rainha e a USF Santa Maria de Alcobaça, do Centro de Saúde de Alcobaça.
          Seria interessante que os profissionais de saúde do nosso concelho visitassem alguma destas USF e conversassem com os seus colegas que nelas trabalham. Todos estaremos certamente interessados na melhoria dos cuidados de saúde e esta reforma chegará naturalmente a Porto de Mós pela mão dos nossos profissionais de saúde.

          Como a Primavera.

 


 

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Quinta-feira, 20 de Março de 2008

Saúde: uma reforma para quê?

          A reforma do Sistema Nacional de Saúde está a introduzir alterações profundas no mundo da saúde e a provocar fenómenos esperados de resistência à mudança em muitos médicos, enfermeiros e pessoal administrativo mas também, em alguns casos, nos utentes e no próprio poder autárquico. Importa desde já, saber quais o impacto que tal reforma irá produzir em concreto no nosso concelho. Afinal, a Reforma serve para quê?

          Iniciamos aqui a reflexão sobre as consequências da reforma do sistema de saúde no nosso município e gostaríamos de convidar publicamente para este debate, os nossos dirigentes políticos, a administração local e regional de saúde, órgãos de comunicação social locais, cidadãos profissionais de saúde e os leitores em geral.

          Desde já, seria importante obter da Administração Regional de Saúde respostas, tão esclarecedoras quanto possível, às seguintes questões:
          - Porto de Mós já pertence a algum agrupamento de Centros de Saúde? Se não, a que agrupamento está previsto pertencer e onde ficará instalado o órgão de gestão do agrupamento?
          - Porto de Mós já tem alguma USF- Unidade de Saúde Familiar ? Se não, qual o número de USF previstas para o concelho e que freguesias têm mais probabilidade de as receber.
          - Com a entrada em funcionamento das USF, qual o destino das Extensões de Saúde instaladas em todas as sedes de freguesia? Vão coexistir com as USF ou serão gradualmente desactivadas?
          - Neste contexto, que viabilidade terá futuramente a novíssima extensão de saúde da freguesia de Serro Ventoso e a construção - reclamada pelos autarcas e população - de novas instalações de saúde nas freguesias de Mendiga, Juncal e Alqueidão da Serra?

          Acrescentamos que estas perguntas já foram endereçadas por duas vezes (13 e 18 de Fevereiro) à ARS do centro mas que, até ao momento, não obtiveram qualquer resposta. Este facto, contudo, não deverá evitar que o debate seja feito.

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Quinta-feira, 13 de Março de 2008

Factura "opaca"

          Quando o correio lhe entrega a factura da água, não fica a saber exactamente o que está a pagar por mês. Precisa de ser bom no cálculo mental ou então terá que socorrer-se de uma calculadora.  Para a administração municipal o que interessa é que pague. Tudo. A tempo e horas.

Exemplo de factura de água

          De acordo com os dados da factura, terá de dividir por dois o valor da taxa de aluguer de contador (que vai ser abolida) se quiser saber quanto lhe custa aquela taxa todos os meses. Já para saber o preço do metro cúbico de água as contas são bem mais complicadas. No exemplo que ilustramos, este consumidor gastou 14 m3 de água em dois meses, pelo que terá gasto em média durante o período de facturação, 7 m3 mensais. Ora, de acordo com o edital de 1 de Dezembro de 2004 que fixa os escalões de consumo, este munícipe não teria passado do primeiro escalão mas são-lhe cobrados 4 m3 de água a preços do segundo escalão. Mesmo que exista algum “alçapão” regulamentar que permita esta engenharia, pelo menos o direito dos consumidores à informação não está devidamente salvaguardado.
          Esta é mais uma clarificação que a “lei dos contadores” vem proporcionar ao impor a facturação mensal do consumo de água.
          Naturalmente que os serviços administrativos e o próprio regulamento municipal do serviço de abastecimento de água vão ter que sofrer algumas adaptações. Mas este problema não é só administrativo, é também político. Os munícipes devem saber, além do mais, como vai ser tratado este assunto politicamente. Interessa saber quem está do lado da transparência e dos direitos do consumidor e interessa saber se este não vai ser mais um pretexto para aumentar o preço da água. As matrizes ideológicas que sustentam a definição de políticas locais deveriam ter tudo a haver com a forma como os nossos dirigentes políticos tratam os seus concidadão que são, ao mesmo tempo, consumidores e eleitores.

          A  Lei n.º 12/2008 de 26 de Fevereiro que altera no ordenamento jurídico alguns mecanismos destinados a proteger o utente de serviços públicos essenciais, foi uma proposta do deputado socialista Renato Sampaio aprovada com a abstenção do PCP. Tem o apoio da Associação de Defesa do Consumidor e é mal vista pela Associação Nacional de Municípios.

          Claro como água. Ou talvez não.

publicado por Joga às 00:01

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Quarta-feira, 5 de Março de 2008

Argumentário de Fevereiro


           "Não tenho vontade de conduzir as coisas para o lado de apurar responsáveis."                
          ►ALBINO JANUÁRIO, vice-presidente da Câmara a propósito do empréstimo de 600 mil euros para pagamento de obras ilegais feitas pela Câmara em 2005, in Região de Leiria.
PensarAnimado
          "A obra custou 600 mil euros e não tivemos qualquer apoio estatal."
          ►EUGÉNIO LOPES, presidente da Associação Amparo Familiar de Mira de Aire, a propósito da inauguração do novíssimo lar da associação, in Região de Leiria.
          "Porto de Mós não baixa IRS."
          ►TÍTULO O Portomosense, esclarecendo que de acordo com a Lei das Fnanças Locais, o município poderia prescindir, em favor dos seus munícipes, da totalidade ou de parte dos 5% do IRS cobrados no concelho.
          "Porto de Mós continua a velar mortos em armazém."
        
  TÍTULO Jornal de Leiria, enquanto informa que localização da futura casa mortuária não gera consenso na vila.
          "O Portomosense é uma instituição de mérito no concelho que merece este reconhecimento público."
          ►
ANTÓNIO JOSÉ FERREIRA, vereador municipal, a propósito da atribuição da medalha de ouro de mérito ao jornal por ocasião dos 25 anos de publicação desta segunda série, in O Portomosense.
   
©Statler & Waldorf são dois personagens da série "The Muppet Show", uma criação de Jim Henson.
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