Terça-feira, 28 de Agosto de 2007

Pensar amarelo

          A atitude cívica de separar o lixo já contribuiu para a doação de várias cadeiras de rodas e constitui uma iniciativa que torna a nossa sociedade mais solidária.  Impulsionada no nosso concelho pelas corporações de bombeiros, a Operação "Separar para Ajudar" tem mobilizado muitos cidadãos anónimos na recolha de tampinhas de plástico com um objectivo de ajudar quem mais precisa.

 

          Mas segundo a Valorsul, empresa intermunicipal de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) da região de Lisboa, o âmbito desta campanha já não é apenas a tampa, mas a embalagem por inteiro. Por cada kg de garrafas, (o que corresponde a 20 garrafas) aquela empresa vai oferecer 2,5 cêntimos para ajuda social. Isto significa, por exemplo, que, se cada pessoa residente na área da Valorsul separar uma garrafa de plástico por semana, no fim do ano dá 78.000 euros para ajuda social.
          Nesta campanha de mobilização da população, cada cidadão é convidado a "Pensar Amarelo”, colocando as embalagens espalmadas e com tampa no contentor amarelo dos plásticos e metais. E a Valorsul garante: "Separe. Nós cuidamos do resto".
          “Pensar amarelo” é a ideia que está na base desta parceria feliz entre a preservação do Ambiente e o Mecenato Social.  Ajudando o Ambiente, ajudamos  muita gente. A campanha tem também como objectivo aumentar a quantidade de plásticos encaminhados para reciclagem e alcançar as metas impostas pela União Europeia.
          Não conseguimos apurar se a Valorliz, empresa intermunicipal de Resíduos Sólidos Urbanos da nossa região, também dá cobertura a esta iniciativa.

publicado por Joga às 12:00

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Quinta-feira, 23 de Agosto de 2007

Ruptura na política da água

           Quando um portomosense vai ao supermercado e inclui garrafões de água na lista de compras da semana, mostra que não tem confiança na água da rede para consumo próprio e tem razões para isso: a qualidade da água distribuída pelo nosso município é uma das piores do distrito. Atrás de nós apenas os concelhos de Alvaiázere, Óbidos, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pêra.

QUALIDADE DA ÁGUA

CONCELHO

%

Análises

em

violação

ao VP (*)

1-Bombarral 0.00%
1-Pedrógão Grande 0.00%
3-Ansião 0.21%
4-Nazaré 0.26%
5-Peniche 0.42%
6-Leiria 0.86%
7-Alcobaça 0.96%
8-Batalha 1.09%
9-Pombal 1.29%
10-Marinha Grande 1.69%
11-Caldas da Rainha 1.90%
12-Porto de Mós 2.14%
13-Alvaiázere 2.22%
14-Óbidos 2.54%
15-Figueiró dos Vinhos 3.55%
16-Castanheira Pêra 3.61%

 

          Apesar disso, somos os campeões distritais do consumo de água. Cada portomosense gasta 274 litros por dia, quase um bidão-e-meio de 200 litros por pessoa. Pelo menos é esse o valor que a Câmara indicou em resposta a um inquérito da DECO, associação de defesa do consumidor. Mas, não sendo reconhecidos aos portomosenses hábitos extravagantes de consumo de água, é aceitável que o consumo real de cada munícipe se aproxime do valor médio distrital que é de cerca de 100 litros/dia/pessoa. Daquele valor aparentemente anacrónico é fácil estimar, portanto, que, no concelho de Porto de Mós, para encher uma garrafa de litro com água da torneira será necessário captar e colocar na rede 2,5 litros deste precioso líquido. Isto é, por cada litro de água realmente consumida há cerca de 1,5 litros que se perde na rede de distribuição. Genéricamente admite-se que as perdas de água em sistemas mal equipados podem atingir valores elevados, da ordem dos 40% do total aplicado, existindo mesmo um plano nacional que tem como meta reduzir as perdas para os 10%, em média. Porto de Mós parece ser "um caso perdido".

          Esta estimativa decepcionante sugere que o modelo de gestão em vigor está longe de cumprir a sua missão e este poderá ser um definitivo pretexto para repensar o modo de gerir a água no nosso concelho. É necessário mudar de rumo e assumir uma nova política que tenha em conta a gestão racional dos recursos hídricos e a satisfação dos consumidores através da garantia da qualidade da água distribuída e do serviço prestado a preços socialmente justos. São conhecidos os diferentes modelos de gestão em vigor nas diferentes autarquias…só é necessário ousar decidir por aquele modelo que melhor serve o nosso município e os seus cidadãos e iniciar, com determinação, esse novo caminho.

CONSUMO DE ÁGUA

CONCELHO

Litros/

Hab/Dia

(**)

1-Porto de Mós 274
2-Caldas da Raínha 215
3-Alcobaça 200
4-Pombal 155
5-Peniche 143
6-Figueiró dos Vinhos 120
7-Castanheira de Pêra 110
8-Alvaiázere 106
-Ansião N/ Ind
-Batalha N/ Ind
-Bombarral N/ Ind
-Leiria N/ Ind
-Marinha Grande N/ Ind
-Nazaré N/ Ind
-Óbidos N/ Ind
16-Pedrógão Grande N/ Ind

 

        7  Medidas

 

          Enquanto que os concursos das “7 maravilhas” ou dos “7 pecados” parece terem passado à história, desafiamos a entidade gestora da água na nossa terra a participar, com espírito ganhador, no concurso “7 medidas” para o uso eficiente da água:


          1- Criação e divulgação de uma linha telefónica gratuita (nº verde), a funcionar 24horas por dia, para denúncias de fugas de água e rupturas.
          2- Plano de monitorização da rede de distribuição para a detecção e identificação remota de rupturas.
          3- Implementação de medidas de poupança de água durante todo o ano e de combate à seca particularmente nos meses de verão.
          4- Exigência de instalação de dispositivos de poupança de água em novas construções e espaços verdes.
          5- Informação regular aos munícipes sobre a qualidade da água da rede através da inserção desta informação no verso das facturas da água, no sítio do município na Internet ou nos jornais locais. Informação particular sobre a qualidade da água dos fontanários públicos do Juncal, Alqueidão da Serra, Telhados de Água da Mendiga e Telhados de Água de Serro Ventoso afixada de forma bem visível no local.
          6- Aumento da produção, tratamento e consumo das águas residuais através da expansão dos sistemas de drenagem, tratamento e reutilização da água tratada nas ETAR do concelho.
          7- Sensibilização dos munícipes para a necessidade de tratamento das águas residuais que produzem e que devem armazenar em fossas sépticas estanques ou enviar para o colector público de drenagem (onde ele exista) por forma a não contaminar os lençóis de água subterrâneos e a melhorar a qualidade da água que bebem.

_________________________

(*) % violações ao Valor Paramétrico ponderada com % frequência análises em falta. Ano de 2005. Fonte: IRAR

(**) Valores fornecidos pelas entidades gestoras. N/ Ind= não indicado. Ano de 2005. Fonte: DECO-PROTESTE

 


Saber mais:

- PROGRAMA NACIONAL PARA O USO EFICIENTE DA ÁGUA

- Decreto-Lei nº 243/2001


 

publicado por Joga às 21:49

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Quinta-feira, 16 de Agosto de 2007

A Retaliação contra o Juncal

          Por não concordar com o conteúdo de um boletim informativo da Junta de Freguesia do Juncal, o presidente da Câmara corta as relações institucionais com aquela Junta de Freguesia. Fica por saber porque é que a edilidade, detentora da mesma liberdade editorial, não apresenta os seus pontos de vista numa publicação que poderia, além do mais, ter alguma utilidade para todos os munícipes.

          Mas este episódio é muito mais do que um simples problema de comunicação. Salgueiro parece mesmo ter “perdido a cabeça” ao anunciar sem hesitações a sua vingança: “As viaturas estavam para ir arranjar caminhos mas enquanto isto não for resolvido, a Junta que se arranje, porque é da sua competência”, declarou ao jornal O Portomosense. Pronto. A população do Juncal fica com o arranjo de alguns caminhos adiado por algum tempo porque o presidente da Câmara ficou mal disposto. Mas a declaração de Salgueiro revela outro dado que, para nós, é novidade: o aparente tratamento de favor a que estão afectos alguns meios municipais como instrumento discricionário e de coacção política apontado aos presidentes de Junta. A verificar-se esta suspeita, trata-se de um procedimento indigno do exercício do poder local e deve ser denunciado ao mais alto nível. Neste cenário, e na falta de condições para os presidentes de Junta se poderem queixar de eventuais chantagens políticas, seria importante que João Salgueiro esclarecesse não só este assunto como revelasse os critérios administrativos que levam a edilidade a ter funcionários municipais ao serviço de umas Juntas de Freguesias e não de outras. A clarificação dos procedimentos melhora a qualidade da democracia.
          Mas neste episódio nem todos perderam a serenidade e a lucidez. Parece ser o caso de João Coelho, o presidente da Junta do Juncal, que enquanto admite que o presidente da Câmara tem o direito de ficar zangado, não deixa de apresentar a defesa das suas posições, aconselhando modestamente Salgueiro a não “tomar decisões que prejudiquem a população que ajudou a sua eleição”. Na verdade, um presidente com nobreza de carácter e apurado sentido de serviço da causa pública, nunca deveria tomar decisões para prejudicar intencionalmente a população da sua terra quer ela tenha sido ou não sua eleitora.
          De resto, nestes últimos meses e neste episódio concreto há matéria para profunda reflexão política e porventura pessoal que deveria levar ao recolhimento, por uns dias, do nosso presidente Salgueiro. Far-lhe-iam bem uns dias de férias. Talvez uma ida a Santiago de Compostela, tomando o caminho português, seguindo depois até Finisterra onde o mar terá, porventura, algum secreto aviso político para lhe revelar na descoberta do nome popular daquela costa atlântica...
publicado por Joga às 19:29

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Segunda-feira, 13 de Agosto de 2007

Caminhos de Fátima

          Para João Salgueiro, há todo o interesse em recuperar e revitalizar os percursos que fizeram o caminho português para Santiago de Compostela e vai disponibilizar os serviços municipais para fazer o levantamento desses percursos no nosso concelho. Naturalmente conta com o apoio do organismo que gere este produto turístico, o Xacobeo, cuja missão é dinamizar o turismo galego através da exploração do imaginário remoto das antigas peregrinações a Santiago de Compostela. Resta saber, afinal, que interesse é esse que, de súbito, faz do nosso presidente da Câmara um dos mais recentes entusiasta deste projecto do turismo cultural espanhol.

 

          Evocando a história epicamente romanceada pelo punho de Maria Ventura, também o nosso primeiro rei terá sido interpelado por este fenómeno galego mas agiu de forma diferente. Os dias eram outros… Afonso Henriques procurou contrariar a saída de benefícios do reino de Portugal, recém fundado, e que rumavam com os peregrinos para norte, para Santiago de Compostela. Com essa intenção mandou construir em Lisboa o convento de S. Vicente e nele colocou, trasladados de Sagres, os restos mortais deste santo martirizado pelos romanos no séc. IV na esperança de aqui fundar um próspero centro de peregrinações ibéricas. Mas, como é notório, Afonso Henriques não teve grande sucesso neste projecto. 

          Ironia do destino, o centro internacional de peregrinações haveria de nascer em Portugal, séculos mais tarde, numa terra que o próprio rei Afonso Henriques doou ao cavaleiro Gonçalo Henriques, o traga mouros, pela conquista de Alcácer. Fátima era o nome da moura raptada em Alcácer pela paixão daquele cavaleiro. Por vontade da princesa Teresa, filha do nosso primeiro rei, a moura Fátima foi baptizada com o nome de Oureana. O cavaleiro Gonçalo Henrique foi investido alcaide de Abdegas, terra esta que também mudou o nome para Ourém em homenagem a Oureana e por vontade da princesa Teresa. Fátima, nome da moura cativa antes do baptismo cristão, é hoje a terra e o fenómeno espiritual que conhecemos.
          Não sabemos se Afonso Henriques alguma vez foi em devota peregrinação a Santiago, mas sabemos que João Salgueiro se fez peregrino de Fátima num gesto que marcou o seu primeiro acto público como presidente eleito. Se é certo que ninguém consegue penetrar no espírito e nas intenções de um peregrino, não é menos verdade que aquela experiência pessoal do nosso presidente deveria, pelo menos, tê-lo sensibilizado para as condições de insegurança rodoviária a que estão sujeitos os peregrinos de Fátima que percorrem a pé o nosso concelho rumo àquele santuário mariano. Seria porventura mais útil e necessário ocupar os serviços municipais na marcação e protecção dos caminhos de Fátima que atravessam a nossa terra.

          Hoje foi dia de peregrinação. A Fátima, bem se vê.

publicado por Joga às 14:42

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Quinta-feira, 2 de Agosto de 2007

argumentário de Julho

 

 
          “O diálogo político falhou (…) a festa acabou.”
          ►
FERNANDO SARMENTO, presidente da Junta de Freguesia de Alqueidão da Serra, in jornal O Portomosense, anunciando que diferendo eólico seguirá para tribunal.

          “Solicitamos pareceres sobre a matéria mas não são coincidentes.”
          ►
JOÃO SALGUEIRO, presidente da Câmara, in Região de Leiria, justificando a falta de solução para o diferendo eólico.
          “[É necessário] aguardar por pareceres jurídicos”.
          ►
JOÃO SALGUEIRO, presidente da Câmara, in O Portomosense, justificando a falta de solução para o diferendo eólico.
            “Quando se adia uma decisão, toma-se a decisão de não fazer nada.”
           ►
JOÃO SALGUEIRO, presidente da Câmara, in O Portomosense, citando William James. 
          “As comemorações [da Batalha de Aljubarrota] saem de S. Jorge.”
          ►
TÍTULO jornal Região de Leiria, acrescentando que o local do evento será o Mosteiro da Batalha devido a obras no Campo Militar.

          “Aquela não é, de facto, uma escolha feliz.”.
          ►
PAULO AMADO, colunista de O Portomosense, a propósito da localização da futura Casa Mortuária de Porto de Mós entre o morro de Sto António e o Mercado Municipal.

          “Devolução [de 22 mil euros cobrados indevidamente pela Câmara] resulta de uma imposição da Lei.”
          ►
REGIÃO DE LEIRIA, esclarecendo que a devolução daquela verba será repartida por 1.700 munícipes que foram obrigados a pagar uma caução para celebrarem contrato de fornecimento de água com a Câmara.

publicado por Joga às 12:00

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