Segunda-feira, 8 de Janeiro de 2007

Prevenir, prevenir, prevenir

          

 

PREVENÇÃO  MUNICIPAL
EM 2006

Meios utilizados

- 1 Brigada de Vigilância Autárquica.
- 2 Brigadas do ICN.
- 2 máquinas de rastos mobilizáveis.
- Foram criados 229 ha de faixas de gestão de combustível.
- Abertos 12,5 Km de caminhos florestais.
- Há 1 torre de vigia.
- Há 1 torre de videovigilância.
- Foi construído 1 ponto de abastecimento de água.

Meios por utilizar

- O Município não apresentou candidatura ao programa "Voluntariado Jovem para as Florestas” da CONFAGRI.

- Não houve Vigilância por Escuteiros ou outros parceiros.

- Não houve acções de sensibilização desenvolvidas no âmbito da defesa da floresta.

- Não houve Brigada de Vigilância Móvel AGRIS.

- Não houve Brigada de Vigilância Móvel da GNR/SEPNA.

- Não houve equipas de sapadores da DGRF, de Ass. Produtores Florestais ou baldios, da Ass. de Produtores de Calçada, ou dos Clubes de Caçadores.

Fonte: Gov. Civil Leiria

           "Quando se olha para isto vê-se que as pessoas não cuidam da floresta, não a mantêm limpa", disse o ministro António Costa aquando da visita ao cenário das operações, reforçando ser "preciso alterações de comportamento". Agora, no rescaldo, a sensibilização das populações para a prevenção dos fogos florestais parece ter saído da agenda mais uma vez.

 

          Este olhar certeiro do ministro deveria ser motivo de reflexão e inspirador de novas estratégias de prevenção. O verdadeiro trabalho em equipa dos dirigentes que tutelam as diferentes áreas da administração pública na elaboração dos planos de protecção civil contra os fogos florestais, não pode ocultar a responsabilidade institucional de cada interveniente. Se, como no cinema, um bom guião não é garantia de um grande filme, também o combate eficaz aos fogos através dos planos da protecção civil depende do desempenho dos intervenientes.  E basta olhar para os meios que ficaram por utilizar o ano passado (ver caixa ao lado) para perceber como foi desprezada a prevenção no ano que agora termina.

          É "preciso alterações de comportamento", a começar pelos dirigentes da protecção civil que deveriam dar mais protagonismo às tarefas de prevenção envolvendo toda a comunidade nesta luta comum contra o flagelo dos fogos. As questões de comportamento não se mudam com um avião no ar ou com a chegada de uma Coluna Nacional de viaturas de bombeiros mas com sensibilização, educação cívica e fiscalização dissuasora. Afinal, a Protecção Civil somos todos nós.

          Mas as notícias que surgem são de que os meios de fiscalização, de primeira intervenção e sobretudo de combate aos fogos estão a ser "negociados" como de costume. Como de costume, também sabemos que se as coisas voltarem a correr mal ninguém vai ser responsabilizado por isso. 


 

 Ver também:

Prevenção Florestal (Confagri)

Prevenção Florestal (Municipal)

Conselhos SNBPC

"Costa critica população"

Viviana Dionísio- Medalha de Ouro de Mérito

publicado por Joga às 12:33

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9 comentários:
De corrente a 12 de Junho de 2007 às 00:52
É de louvar todos os esforços, feitos no sentido de procurar prevenir as calamidades ou desastres florestais.
Mas o importante era motivar e mobilizar as populações para o aproveitamento dos matos e o seu subsequente aproveitamento para bio-combustíveis , uma vez que os subsídios não existem e o PNSAC nada faz de modo a esclarecer as populações da sua importância na actualidade.
Ser ambientalista não é só estar a criar restrições, é também arranjar soluções alternativas para fixar as populações e criar desenvolvimento económico para os mesmos.
Onde estão as sessões de esclarecimento junto das populações, sabendo-se de antemão que estas não se deslocam deveriam ir ao seu encontro, não com artifícios técnicos nem demagogos, deveriam ser claros e simples nas abordagens dos temas, o que não tem acontecido nunca.
É o quero posso e mando, o resto é paisagem, mas se esta tiver o desleixo do PARQUE DE CAMPISMO DO ARRIMAL , mal vão estes ecologistas da treta.
De vv a 1 de Maio de 2007 às 19:37
passei só para dizer que concordo com o que tem sido comentado e que acho que está a ser feito um optimo trabalho com a nossa serra, mas gostava de saber o que está a ser feito quanto à educação ao nivel de apoio ao insucess e ao abandono escolar das nossa crianças. é uma questão que me tem inquietado será que me podem dizer o que está a ser feito neste âmbito. obrigada
De Joga a 1 de Maio de 2007 às 19:52
Caro(a) VV
Antes de mais agradeço a sua participação neste espaço de debate.
Depois, interpreto as suas preocupações como um desafio ao qual tentarei responder positivamente interpelando os responsáveis pela política de educação do nosso concelho.
Gostaria contudo da sua colaboração, também eu lhe quero propor um pequeno desafio. Envie-me seu contacto (que se manterá confidencial se assim o entender) para o e-mail pensarpm@sapo.pt. Fico a aguardar. Obrigado.
De Morgaine a 10 de Janeiro de 2007 às 21:09
Desde os meus tempos da faculdade que me apercebo da importância da limpeza das matas como primeira medida para a prevenção dos fogos, e sempre tentei incutir esta ideia nas pessoas da minha terra, com quem trocava impressões sobre estas tragédias. Era importante que se fizesse uma grande campanha de sensibilização junto das autarquias, dando formação aos proprietários das matas para que procedam às limpezas das mesmas, uma vez por ano.. infelizmente não vejo nada a ser feito neste aspecto e mesmo os que estão conscientes têm uma atitude de indiferença. Conclusão: cada ano haverá mais áreas ardidas, e simultaneamente aumenta o perigo de ocorrência outras tragédias resultantes de enxurradas e inundações porque já não temos raízes para segurar a água. Perdem-se vidas, perdem-se bens. E também parece esquecer-se depressa.
De Nuno Oliveira a 10 de Janeiro de 2007 às 12:55
A problemática dos incêndios é muito mais complexa do que se pode imaginar. Para além do que refere, há que ver ou tentar perceber o que está por detrás de tudo aquilo que nos é dado a conhecer.
1.º - Falta uma politica de ordenamento eficaz.
2.º - Não existe qualquer tipo de apoio e incentivos á prevenção, á limpeza da floresta, á desmatação, etc...
3.º - Não há uma uma cultura de prevenção nem preocupação em que a mesma exista.
4.º - A desertificação e abandono dos espaços agricolas e florestais é cada vez maior.
5.º - As entidades responsáveis pelo sector, estão muito mais preocupacadas e viradas para o combate.
6.º - Grande parte dos bombeiros, incluindo os que comandam e coordenam, não estão capacitados nem têm formação especifica para a intervenção em incêndios.
7.º - A falta de uniformização dos procedimentos e não só. De distrito para distrito, de concelho para concelho, mesmo entre CB do mesmo concelho, as diferenças são tremendas. Há falta de coordenação de interligação e de comunicação. Uns equipam de azul, outros de cinzentos, ountros ainda de vermelho. Uns usam t-Shirts, outros com polos, outros com camisas e outros ainda com dolmens. Há quem use capacetes e quem não use. Há quem tenha equipamento de proteção individual e quem não tenha.
8.º - Má utilização e mesmo a não utilização dos recursos disponiveis.
9.º - Todos os interesses das empresas do sector que precisam de vender material.
10.º - Os Aviões e os Helis, que precisam de horas de voo, para facturarem. Um ex-governante que se apercebeu da "mina", que era este sector.
De Joga a 10 de Janeiro de 2007 às 19:23
Saúdo o amigo Nuno Oliveira cujo contributo sereno e cada vez mais frequente só vem enriquecer o debate e dar mais vida a este espaço público de reflexão sobre os assuntos da nossa terra.
Concordo consigo quanto à complexidade do problema dos incêndios florestais. Contudo, tal complexidade não pode ser desmobilizadora em termos de acção. Os grandes objectivos só se alcançam depois de dados muitos pequenos passos e há localmente um caminho a percorrer no sentido da prevenção. Salvo melhor opinião, não é "parados" que percorreremos esse caminho.
Um abraço
De Nuno Oliveira a 11 de Janeiro de 2007 às 11:48
Concordo consigo, mas ... de facto as entidades locais têm muito a fazer, - Câmara, Bombeiros locais, PNSAC, serviços distritais do SNBPC, Juntas de freguesia, População, etc ...
A prevenção começa primeiro em cada cidadão.
Um exemplo - Num incêndio á uns tempos, vi um senhor a cortar o mato junto á sua casa com uma moto roçadora, enquanto o incêndio lavrava do outro lado da estrada.
As juntas de freguesia como entidade conhecedora das realidades locais e por uma questão de próximidade ao cidadão deverão ter uma acção mais enpenhadas nestas questões.
Á câmara municipal compete a responsabilidade de coordenar e fazer funcionar toda esta área, e não pode ser só lancando editais para limpeza junto ás habitações e aparecendo depois quando os problemas estão a decorrer. Não sei se a câmara municipal tem o Serviço Municipal de protecção Civil a funcionar, dotado de técnicos capacitados para pensar e intervir nestes assuntos. Também não sei se tem constituida a Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios e aprovado o plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios. Julgo que haverá ainda um caminho muito longo a percorrer, e que os passos estão a ser muito pequenos.
Quanto ao PNSAC, é melhor nem falar, mas o facto de estar desligado das populações e das realidades locais, de não perceberem que isto não é um Parque perdido no meio de áfrica, mas sim um parque com população residente e também com interesses, não contribui em nada para que as coisas corram bem. Têm muito a fazer e não pode ser com estas politicas de protecionismo exagerado da natureza que conseguiram obter resultados satisfatórios. A ver vamos.
Muito mais há para dizer mas....
De RSJ a 9 de Janeiro de 2007 às 18:28
Muito bom ! Um bom retrato da despreocupação do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros em preservar e zelar pela sua propriedade. Foi uma devastação que se veio juntar a tantas outras pelo país fora, e que neste caso veio ceifar uma vida humana. Parabéns ao autor pelo trabalho aqui mostrado. Ricardo Jorge - B.V. Mira de Aire
De Joga a 9 de Janeiro de 2007 às 14:57
Nesta ocasião em que se reflecte sobre o sistema de protecção civil com vista a melhorar a resposta ao combate aos incêndios florestais no nosso concelho, gostaria partilhar consigo caro leitor, o vídeo "Mais Vale Prevenir" que procura ser uma pequena homenagem a Viviana Lourenço Dionísio e a todos os cidadãos que defendem com altruismo os bens e a vida dos seus semelhantes.


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